sexta-feira, 6 de abril de 2012

A fome psicológica

A fome psicológica

Ao contrário do que diz o ditado popular "Fácil como tirar doce de criança", tirar o doce de nossa criança interior é uma das piores atitudes que podemos tomar.

Não há como vencer os desejos da criança com a repressão.
Observe, caso tenha a oportunidade, uma criança que quer um doce e o pai nega: O mesmo chilique que a criança tem é o chilique que a nossa criança interior tem internamente. Reprimir isso é arrumar guerra com a criança interior, e isso é uma das piores atitudes que podem ser tomadas.


Dentro de nós existe um restaurante/sorveteria/pizzaria/churrascaria, que serve diversos pratos de todos os gostos que experimentamos (e gostamos) durante a vida. O restaurante está sempre cheio e funciona 24h por dia.

Quando sentimos prazer ao comer, fica em nosso corpo astral, ou corpo emocional, ou nossa criança interior, uma "memória" do gosto que sentimos no momento. Essa memória fica viva dentro de nós, e quando ela vem a tona é como se estivéssemos realmente sentindo o gosto daquela comida. O corpo astral tem uma contraparte do sentido do paladar de nosso corpo físico, que sente um gosto ao desejarmos um alimento prazeroso.
Você já teve um sonho em que estava comendo um alimento e ao acordar teve a impressão de que sentiu o gosto? O corpo astral se alimenta da imagem que o desejo cria. Essa imagem é como um alimento para o corpo astral, que traz a "memória" do gosto prazeroso e nos faz correr atrás desse alimento fisicamente.

A grande maioria dos nossos hábitos alimentares é formado ainda quando crianças. Vivermos numa sociedade em que a maioria esmagadora das pessoas está acostumada a comer “veneninhos” e considera isso normal. Se assim fomos criados, é essa a impressão que está em nosso corpo astral. Quando crianças somos acostumados a comer certos tipos de alimentos que fazem mal ao corpo físico. O hábito é formado na infância e permanece vivo em nosso corpo astral (que é a própria criança e seus desejos), o que nos leva a permanecer com hábitos de crianças quando já adultos.

 

O processo de reeducação alimentar envolve não somente parar de ingerir certos alimentos fisicamente, mas também um trabalho psicológico com nossa criança interior, que permanece com seus desejos por esses alimentos bem vivos dentro de nós (mesmo se não comermos esse alimento fisicamente), levando a fome psicológica.
Uma possível repressão irá nos levar a comer esse alimento fisicamente uma hora ou outra, mesmo que isso nos faça mal. A criança sempre vence. O “não resisti” é sempre um fator emocional.

O trabalho é lento e trabalhoso.

Somos como o garçom do nosso restaurante psicológico. Se formos informar ao nosso ego adulto, ao eu psicológico, que nosso cardápio será reduzido, e que aquele prato favorito deixará de ser servido, o eu psicológico vai rir na cara do garçom. E temos muitos pratos favoritos e muitos euzinhos.

“Até parece que eu vou parar de comer isso. Vou comer mesmo, vou comer o quanto eu quiser e quero ver alguém me impedir. Aproveitando, cale a boca e traga o de sempre seu garçom inútil.”

É preciso chamar o Gerente.

É o Gerente,que é o Eu Superior. É ele que pode reeducar nossa criança interior e “convidar” o ego adulto a se retirar do restaurante.



O mais importante nesse processo é a Paciência de Jô que nos é requerida.

Um comentário:

  1. Olá Fábio, cheguei aqui, nesse seu texto, por conta da sua indicação no face. Realmente, eu já deixei o cigarro há mais de 17 anos e volta e meia sonho que estou fumando...alimentamos os dragões e depois sofremos para adormecê-los. Mas, eu nunca imaginei que vencer vícios alimentares fosse mais difícil que vencer ao cigarro...eu nem diria que é mais difícil, mas é bem mais complexo... Abraços!

    ResponderExcluir